Tratamento

Os tratamentos mais utilizados atualmente para a DA tratam apenas os sintomas da doença e não a doença em si. Estas terapêuticas restauram a barreira da pele, minimizando o agravamento da doença, reduzindo o seu grau e duração e diminuem o surgimento de crises.

Nos casos mais ligeiros, a DA pode ser controlada através de cuidados diários que incluem uma hidratação permanente da pele através de cremes hidratantes ou emolientes, bem como produtos de higiene adequados às caraterísticas da pele na DA.

O tratamento das lesões causadas pela DA é quase sempre feito com recurso à aplicação tópica, segundo instruções médicas, de corticosteroides (cremes com cortisona) ou outros cremes imunomoduladores sem cortisona (pimecrolímus ou tacrolímus - inibidores de calcineurina).

Quando os tratamentos tópicos não fornecem um controlo adequado, os médicos prescrevem um tratamento sistémico. 

Os imunossupressores sistémicos são utilizados principalmente off-label (com a exceção da ciclosporina A) e fornecem uma imunossupressão abrangente. Os imunossupressores off-label mais prescritos na Europa para o tratamento da DA são o metotrexato, a azatioprina e o micofenolato de mofetil. Os imunossupressores, incluindo os corticosteroides orais, estão associados a potenciais efeitos secundários que limitam a sua utilização a médio-longo prazo.

Para além dos imunossupressores clássicos, o dupilumab tornou-se o primeiro fármaco imunomodulador/biotecnológico que se encontra de momento aprovado para a DA moderada a grave em adultos e adolescentes com 12 ou mais anos de idade. Este medicamento foi aprovado em Portugal, pelo Infarmed. I.P. em setembro de 2019, precisamente na véspera do Dia Mundial da DA (14 de setembro).

Nestas situações de maior gravidade, o tratamento da DA inclui a toma de terapêuticas orais sistémicas, conjugados com anti-histamínicos para controlar o prurido e complementados com terapêuticas tópicas e hidratação constante.

A fototerapia em ambiente hospitalar pode ser igualmente indicada para o controle da DA, dados os seus efeitos anti-inflamatórios e imunossupressores na pele.

No entanto, várias pessoas com DA moderada a grave referem prurido severo e exacerbações de sinais e sintomas, apesar da utilização de tratamentos tópicos e/ou sistémicos, demonstrando que ainda há uma necessidade para opções de tratamento adicionais, que conjuguem eficácia e segurança no longo prazo, dada a cronicidade da DA.

Verifica-se, assim, uma necessidade médica não satisfeita significativa para o tratamento de adultos com DA moderada a grave não controlada, que melhore efetivamente as lesões cutâneas, reduza o prurido e aumente a sua qualidade de vida.

Para que seja possível atingir um maior e melhor controlo da DA, é essencial que as novas abordagens terapêuticas procurem trazer uma abordagem mais específica e prolongada (segura) do que os tratamentos sistémicos para as pessoas que sofrem de DA não controlada e veem a sua qualidade de vida ser exponencialmente afetada.

 

Ver também "Panorama atual e futuro dos tratamentos"

Criado: 13-09-18 | Última atualização: 27-04-23